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Empreenda em si mesmo

Empreenda em si mesmo

Empreenda em si mesmo

ADRIANA PALERMO

Quando decidi escrever o Livro “Empreenda Em Si Mesmo – lições para uma vida mais fluida: o que aprendi empreendendo a mim mesmo”, pretendi compartilhar com meus leitores o que aprendi ao longo de minha vida, sempre empreendendo em mim mesma.

A jornada do empreendimento em nós mesmos acontece em três etapas: o autoconhecimento, o desenvolvimento e a honra ao caminho já percorrido.

No que se refere ao AUTOCONHECIMENTO, nos conectamos conosco de forma mais íntima e profunda, e observamos atentamente o que de fato é importante na fase de vida em que nos encontramos. O autoconhecimento permite que identifiquemos nossas potencialidades, nossas fragilidades, nossos talentos, nossos gostos e preferências e nosso propósito.

No autoconhecimento descobrimos no que devemos concentrar nossa atenção, pois como diz Tony Robbins, “Se insistimos em focalizar o que não queremos, teremos mais disso”. Ao disparar sua flecha, o arqueiro mira o alvo, aquilo que ele pretende, e não aquilo que ele não quer. Ainda sobre esse tema, Tony Robbins afirma: “Uma razão porque tão poucos de nós conseguimos o que realmente desejamos é que nunca dirigimos o nosso foco, nunca concentramos o nosso poder”.

Conhecer-nos também envolve um “despertar”, algo que nos permite assumir, de fato, o leme de nossa vida. Bob Proctor, conceituado autor e palestrante deixa isso claro quando afirma: “Acorde! Os vencedores estão bem acordados”.

O autoconhecimento é um mergulho para dentro de nós mesmos, importante para atuarmos de forma consciente, fluida e prazerosa em nossa vida profissional e pessoal, e sobre a consciência, Amit Goswani nos lembra que ela “é a base de todo ser”.

No DESENVOLVIMENTO, nos empoderamos por meio da apropriação de quem somos e dos nossos talentos. Para isso, além da consciência de quais são esses talentos, damos foco e atenção para eles. Trata-se de despertar nosso potencial e de concentrar nossas ações rumo aos nossos objetivos.

Nesse processo, caso identifiquemos aspectos a serem aperfeiçoados para aproveitar cada recurso interno que temos, desenvolvemos um plano de ação que vise essa melhoria. Assim, reforçamos o que temos de bom e ajustamos aquilo que possa resistir à fluidez de nossa caminhada.

Em HONRAR O CAMINHO, nos direcionamos para reconhecer nossa trajetória. Muitos dizem que o legado se refere ao que fazemos daqui para frente, mas na minha concepção, é a marca que estamos deixando desde o momento em que nascemos, observando os nossos rastros e reconhecendo a importância de cada acontecimento para a construção do que somos e do que conscientemente pretendemos ser, encontrando uma direção que considere nosso propósito e que esteja em harmonia com a contribuição que pretendemos dar ao mundo, em como queremos ser lembrados.

Esses três pilares se complementam e, juntos, estabelecem uma coerência sinérgica para que nosso empreendimento em nós mesmos produza os resultados que queremos. Precisamos nos conhecer para saber o que queremos melhorar (desenvolvimento), e é honrando nosso caminho que respeitamos quem somos, facilitando o mergulho em nós mesmos, produzindo um ciclo virtuoso de crescimento pessoal.

Dessa forma, o significado mais profundo de empreender em nós mesmos é o exercício de nos observarmos, nos descobrirmos e nos apropriarmos de nós mesmos, atentos a quem somos e aos nossos talentos, conectados com outras pessoas e empreendendo em nós mesmos para atingir a excelência que podemos manifestar, para deixar as marcas que pretendemos legar.

Que possamos empreender em nossas vidas, com o mesmo zelo, senso de responsabilidade e atenção com que muitos empresários constroem seus impérios, com nutrição do amor-próprio, com o aprimoramento pessoal e com o prazer de sentir que nosso propósito foi atingido com nossas próprias mãos.


Os Benefícios dos Relacionamentos

ADRIANA PALERMO

O ser humano é um animal gregário. Esse é um conceito amplamente reconhecido, pois poucas pessoas pensam que não precisamos nos relacionar para viver bem. Até os mais adeptos à solitude consideram que sua disposição de viver próximo do isolamento é uma característica pessoal e não do ser humano, como espécie.

Abrahan Maslow, notável psicólogo americano, em sua Teoria da Hierarquia das Necessidades defende que uma necessidade humana é a do convívio e aceitação social.

Dessa forma, os relacionamentos interpessoais nos beneficiam, inicialmente, por atender a uma necessidade, uma característica que possuímos. Além disso, relacionamentos saudáveis nos trazem conforto, prazer e diversão e, em alguns casos, crescimento, por meio da troca de experiências e conhecimentos. Ter bons relacionamento favorece a redução do stress e melhora nossa saúde física, mental e emocional.

Mas, e os relacionamentos mais difíceis? Podemos obter benefícios deles também?

Para o psiquiatra francês Jacques Lacan, sim! Lacan defendia que algumas características que possuímos só são percebidas através de outras pessoas, o que ele chamava de Teoria do Espelho. Para ele, “só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós”. Sobre isso, a escritora francesa Anais Nin diz que “Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos”.

O reflexo desse espelho pode se dar de forma direta ou inversa. Na primeira, vemos no outro aquilo que nos incomoda em nós, e nós nos incomodamos com o outro, ou vemos na outra pessoa o que nos agrada em nós, e nos sentimos bem ao seu lado. Na segunda, nos incomodamos com o outro porque agimos de maneira oposta, como por exemplo, quando não gostamos de alguém com iniciativa porque temos uma conduta hesitante.

Em ambos os casos, porém, na maioria das vezes não temos consciência das características que possuímos, e o relacionamento com essas pessoas nos servem de espelho para que reconheçamos nossas sombras e virtudes e, conscientes delas, possamos atuar para corrigir ou reforçar o que entendemos ser importantes para nós.

Então, quando nos conectamos com alguém com quem nos incomodamos, recebemos um presente da vida, pois podemos aprender mais sobre nós, sobre quais sombras e virtudes temos ocultas em nosso interior e sobre como outras pessoas se sentem quando se conectam conosco.

Outro importante benefício que podemos colher dos relacionamentos é o do feedback externo. Segundo o modelo chamado de Janela de Johari, de Joseph Luft e Harrington Ingham, existe uma parcela de informações a nosso respeito das quais não temos consciência, mas outras pessoas têm. Se somos abertos aos feedbacks que recebemos, podemos identificar essas características e dar a elas o tratamento que entendermos ser importantes.

Também, a maneira como nos relacionamos com outras pessoas diz muito sobre como nos relacionamos conosco. Se acreditamos que somos rígidos com os outros, é porque somos rígidos conosco, e a compreensão desse fato favorece os ajustes para vivermos em harmonia com nós mesmos.

De uma forma geral, portanto, na maior parte dos casos os relacionamentos interpessoais são benéficos para nós. À exceção dos relacionamentos tóxicos, que nos adoecem e nos diminuem, mesmo aquelas pessoas com quem nos incomodamos podem nos ensinar algo sobre nós mesmos, facilitando nosso crescimento e nos tornando mais satisfeitos conosco.

Como disse Maslow, “Tudo na vida é educação, e todos são professores e alunos ao mesmo tempo”.


O Despertar do Coração

ADRIANA APLERMO

O coração sempre esteve associado a nossos sentimentos e sensações. Quando estamos em situação de stress temos os batimentos cardíacos alterados. Uma preocupação, um momento de tensão, são suficientes para que nosso coração acelere, situação vivida pela gigantesca maioria das pessoas.

Do ponto de vista fisiológico, o Sistema Nervoso acelera o coração em momentos de stress, por meio do Sistema Simpático, preparando o indivíduo para situações de luta ou fuga. Esse mecanismo foi um dos responsáveis pela sobrevivência e evolução da espécie humana, pois dava condições para que nossos ancestrais lutassem contra um eventual predador, ou fugisse dele.

Cessada a “ameaça”, o sistema nervoso aciona a liberação de bioquímicos como forma de reequilibrar nosso corpo, aliviando os sintomas do stress, por meio do Sistema Parassimpático.

Quando o Sistema Nervoso envia sinais ao coração, ele reage instantaneamente.

Estudos recentes apontam que a conexão entre o cérebro e o coração é uma via de mão dupla, ou seja, não é apenas o cérebro que “fala” com o coração, mas o contrário também acontece. Muito mais do que uma bomba sanguínea, o coração também envia informações e estímulos para o cérebro, alterando seu funcionamento.

O cérebro tem como tendencia a repetição de padrões. Como exemplo disso, quando enxergamos a vida de forma mais estressante, a tendencia é repetirmos esses padrões. Sentimos emoções e pensamentos mais estressantes e, como um ciclo vicioso, estaremos mais estressados e cultivando pensamentos negativos. Nesta situação, o Sistema Simpático fica mais ativado e há maior dispêndio de energia.

Quando acessamos a sabedoria do coração, temos a tendencia de nos conectarmos com emoções regeneradoras e positivas. Podemos, então, acessar um estado chamado de Coerência Cardíaca, em que há o equilíbrio entre os sistemas Simpático e Parassimpático e, consequentemente, ao invés de vivenciar o stress, estaremos no aqui e agora, vivendo o momento presente em estado de alerta e relaxamento.

Quando vivemos no momento presente harmonizamos todos os sistemas, pensamos de forma mais clara, nos sentimos melhores por nos comunicarmos a partir de emoções vindas do coração e acessamos e criamos padrões mais saudáveis que nos conectam com emoções regenerativas.

Um dos problemas da vida moderna é que apesar de praticamente não nos depararmos com predadores, estamos continuamente estressados e o mecanismo que nos preservou até os dias de hoje, atualmente em excesso provoca doenças físicas e psicológicas.

Dessa forma, percebe-se cada vez mais que o coração não tem apenas uma atuação passiva, reagindo ao que nos acontece, mas age ativamente, contribuindo com a regulação do nosso corpo e nossas emoções. Para isso, porém, é fundamental que seja despertado.

Para fazer isso, o coração conta com o Sistema Nervoso Intrínseco Cardíaco, uma espécie de “minicérebro” com cerca de quarenta mil neurônios capazes de pensar, memorizar e aprender com as experiências, tornando-os excelentes orientadores para processos de decisão.

Além disso, o coração emite impulsos elétricos, formando um campo magnético que pode ser medido até um metro para fora do corpo. Esse campo transmite informações sobre como nos sentimos. O sistema nervoso de outras pessoas e animais podem captar essas informações vindas do campo. Isso pode explicar a razão pela qual muitas vezes sentimos a energia de pessoas e de ambientes.

Com todo esse potencial, o coração pode ser um instrumento importante na elevação da nossa qualidade de vida. Para conseguir isso, podemos acalmar nossa mente e entrar em sintonia com o coração, além de nutrir, no coração, sentimentos genuínos e regeneradores, como amor, gratidão, apreciação e compaixão, entre outros.

Quando isso acontece, o coração interage com o cérebro, facilitando a produção de pensamentos e sentimentos regeneradores e de vibração positiva, enviando ao coração informações relativas a esses pensamentos e sentimentos, retroalimentando-o. A sinergia que se cria nesse processo faz com que ambos atuem como um sistema unificado, coerente.

Quando a mente e o coração se alinham, em sincronia com a orientação intuitiva do coração, estabelece-se a “coerência cardíaca”. Para o Instituto HeartMath, que estuda, há mais de trinta anos, a importância do alinhamento entre a mente e o coração, coerência é “um estado ideal no qual coração, mente e emoções estão alinhados e sincronizados”*. Do ponto de vista fisiológico, a coerência acontece quando a variabilidade da frequência cardíaca se dá de modo ordenado e harmonioso.

Em situação de coerência, o coração envia informações e estímulos de qualidade para o cérebro, nos tornando mais adaptáveis, criativos e resilientes, fazendo com que lidemos melhor com o stress, além de induzir um melhor funcionamento do sistema imunológico, prevenindo doenças. Para Gregg Braden, renomado pesquisador e autor americano, reconhecido internacionalmente por estabelecer a ponte entre ciência e espiritualidade, quando estamos em coerência, “nosso cérebro começa a enviar químicas curativas ao nosso corpo, e nosso sistema imunológico se fortalece. Este estado de coerência é alcançado em estados de calma interior. É quando tomamos melhores decisões, temos um melhor discernimento e nos relacionamos melhor com os outros”**.

Resiliência, para o Instituo HeartMath, é “a capacidade de se preparar, se recuperar e se adaptar frente ao stress, desafio ou adversidade”***, e se manifesta em quatro áreas: física (resistência e força), mental (atenção, foco e incorporação de vários pontos de vista), emocional (perspectiva positiva e autorregulação) e espiritual (compromisso com valores e tolerância em relação aos valores e crenças dos outros). A resiliência é um importante recurso para se lidar com momentos tensos e estressantes.

Além da resiliência, também podemos nos beneficiar com maior clareza mental e discernimento quando entramos em coerência e nos sintonizamos com nossa conexão intuitiva advinda do coração, nossa “voz interior”.

Indivíduos em estado de coerência, além de beneficiarem-se, beneficiam outras pessoas e ambientes. Por essa razão, diversas empresas vêm promovendo ações internas de melhoria da qualidade de vida para seus colaboradores, com ganhos significativos em termos de elevação de performance e redução de absenteísmo.

A coerência pode ser obtida por meio de exercícios de respiração (inspirando e expirando com foco no coração, por três minutos, três vezes por dia), maior contato com a natureza e pela aceitação da guiança do coração, mas é de suma importância que haja um alinhamento entre pensamento, sentimento e ação. É a ação, em harmonia com pensamento e sentimento, que sustenta a coerência o longo do tempo, e que por meio de um fenômeno chamado de “colapso de função de onda”, permite que cocriemos a realidade que queremos.

Parece que a Ciência, por meio de pesquisas e estudos vem mais uma vez confirmar a sabedoria popular que diz que “o coração tem razões que a própria razão desconhece”.

 

* Apostila do curso de Certificação de Mentores HeartMath [aula 2], elaborada por Juliana Sé.

** https://youtu.be/l8dKcvROnl4

*** Apostila do curso de Certificação de Mentores HeartMath [aula 1], elaborada por Juliana Sé.


A Sabedoria do Trauma

ADRIANA PALERMO


“Não respondemos ao que nos acontece, respondemos à nossa percepção do que nos acontece”.

Com essa frase, que remete ao pensamento do filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, o Dr. Gabor Maté, médico húngaro-canadense, define a natureza do trauma e como ele afeta a nossa vida. Para ele, o trauma é “uma ameaça avassaladora com a qual você não sabe como lidar”, e completa: “Traumas não são as coisas ruins que acontecem com você, mas o que acontece dentro de você como resultado do que aconteceu com você”.

A essência do pensamento do Dr. Maté aponta para a ideia de que eventos em nossa vida, desde o útero materno, podem levar a uma dificuldade de lidar com sentimentos similares aos que esses eventos provocaram, produzindo uma desconexão com nossa essência e fazendo com que nos percamos de nós.

Essa perda de conexão pode levar a uma disfunção manifestada na forma de doenças físicas ou psíquicas, vícios, problemas de relacionamento e estados emocionais dolorosos, além de afetar o desenvolvimento do nosso cérebro, impactando em circuitos neurais importantes e alterando níveis de neurotransmissores. Como resultado, temos nossa capacidade de lidar com stress e outras situações adversas, prejudicada.

O trauma também modela nossa visão de mundo. Uma pessoa que sente que não foi acolhida na sua infância, que foi enganada e que teve uma vida difícil e sofrida, sem amparo dos pais ou de um adulto cuidador, por exemplo, pode desenvolver uma mentalidade que a faz acreditar que a vida não é fácil, que as pessoas não são confiáveis e toda a sorte de insegurança que esse modelo mental pode produzir.

Essa visão tende a se autorreforçar, agravando o trauma. Alguém que não se sentiu amado pelos seus pais, que não se sentiu acolhido em seus momentos de dor durante a infância, ou mesmo que recebeu tratamento que considerou agressivo ou indiferente, por exemplo, pode desenvolver uma espécie de “prevenção” exagerada em seus relacionamentos, mantendo sempre “um pé atrás”, esperando manifestações desproporcionais de afeto que podem prejudicar a qualidade desses relacionamentos, reforçando a ideia de que não merecem ser amados.

No que se refere às doenças, o Dr. Maté ressalta que mente e corpo são indivisíveis, conectados, portando desordens psicoemocionais podem redundar em doenças. Ele comenta sobre a asma, que segundo seu pensamento tem origem no stress e que, a prova disso, é que os medicamentos que tratam dessa patologia são baseados em hormônios do stress.

Ele também aborda a questão dos vícios, primeiro ampliando a visão de que vícios são apenas os que se relacionam a substâncias e esclarecendo que também existem vícios por sexo, por trabalho, jogos de azar, compras, poder etc. Em sua concepção, vícios são “manifestações de quaisquer comportamentos em que a pessoa encontra prazer temporário ou alívio, mas que sofre consequências negativas como resultado, e não desiste desses comportamentos apesar das consequências negativas”.

Os vícios seriam a forma como as pessoas lidam com suas dores, procurando alívio e fuga para elas, além de prazer no curto prazo, mesmo que tragam danos no longo prazo.

Mas o Dr. Maté não tem uma visão negativa sobre os traumas. Para ele, diferente das feridas físicas que, quando são curadas deixam cicatrizes, as feridas psicoemocionais podem ser curadas e ter seu “tecido” completamente regenerado, sem deixar marcas.

Além disso, os traumas trazem para a superfície o foco de nossas dores, evidenciando o que os provocou. Com isso, podemos revisitar cada situação adversa e ressignificá-las – não podemos alterar os eventos que vivemos, mas podemos dar um novo sentido para eles, transformando nossa percepção sobre o que nos aconteceu e, como consequência, melhorando nossa resposta a esses eventos.

Eis a sabedoria dos traumas, nos levar a uma desconexão daquilo que seria insuportável, para doer menos e proteger “a criança” vulnerável e indefesa, e nos mostrar que emoções desencadeiam esses traumas, para que possamos dar um novo significado a elas! Para o Dr. Maté, “Há uma sabedoria no trauma quando percebemos que nossas respostas traumáticas e impressões, não são que nós somos, e que podemos trabalhá-las e, assim, nos tornarmos quem nós somos de verdade”.

O escritor americano James Baldwin diz que “Nem tudo que é encarado pode ser curado, mas nada que não seja encarado pode ser curado”, e o trauma nos ajuda a encarar o que nos faz sofrer, para que possa ser curado. Uma vez que a doença e/ou o trauma estão presentes, podemos perguntar o que está a nos ensinar?

A abordagem proposta pelo Dr. Maté, chamada por ele de “Investigação Compassiva”, consiste em “fazer uma série de perguntas certas, porque as respostas estão dentro de todo mundo, todo mundo tem as respostas, elas apenas não têm acesso às respostas”. Tais perguntas contribuem para um aprofundamento sobre como os padrões traumáticos foram criados.

Exemplos dessas perguntas são: O que isso faz por você? Como perdeu a conexão com sua essência? O que você desejava quando buscava esse comportamento? Em âmbito pessoal, podemos, ao invés de tentar entender o que está errado, perguntar qual significado demos para acreditar que algo está errado.

Também podemos perguntar: Baseado em que atribuí esse significado ao que me aconteceu? O que ganho me comportando como venho fazendo? Que emoções, atitudes e ações positivas posso colocar no lugar das emoções, atitudes e ações negativas que venho adotando?

Dr. Maté também sugere que “não há nada de errado com ninguém, fundamentalmente não há nada de errado com ninguém” e que “O EU essencial do qual fomos desconectados, como resultado do trauma, nunca foi destruído, nunca foi quebrado, sempre pode ser recuperado”.

Trata-se uma visão humanizadora com potencial de transformar não apenas a vida das pessoas, mas a sociedade como um todo, sem preconceitos, sem discriminações e com elevada dose de empatia. Essa postura “compassiva” aproxima cada ser humano com a natureza, com o próximo e consigo mesmo, promovendo uma reconexão capaz de curar a humanidade.

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